Se você é um recém-chegado no mundo do whisky, e aqui nos referimos àqueles que começaram a explorar de maneira mais séria este rico universo – pois é claro que quase todo mundo, alguma vez na vida, ou várias, já bebeu whisky, numa festa ou numa balada – temos algumas dicas que podem ser úteis, para enriquecer sua experiência na apreciação.
1. NÃO ACREDITE EM DICAS. Pois é, a primeira e mais importante dica é esta: não acredite em dicas, nem nas nossas. Sempre existirão os gurus de plantão, como em qualquer área, dispostos a fazer você acreditar que o gosto deles ou as opiniões deles são as melhores. Listas de rótulos, destilarias, as que são ótimas e as que são horríveis, na opinião deles. Não acredite. Prove. Explore. Estude. Tire suas próprias conclusões. Quando for provar um novo (para você) rótulo, sugerimos que você não leia nada antes. Tome um tempo para conversar com a bebida, longos minutos preliminares para explorar os aromas, depois os sabores, anote suas impressões. Depois, aí sim, pesquise, assista vídeos, leia blogs sobre aquele rótulo, veja se as opiniões e até as notas de degustação batem com as suas. E, se não baterem, não se preocupe, siga seu caminho, ache suas preferências, e lembre-se que elas podem mudar com o tempo e a experiência ou, como diriam alguns, litragem.
2. DOSES. Para degustar um whisky, não compensa servir-se uma dose de casamento – num copo tambor cheio até a boca –, doses pequenas são suficientes, 15 a 20ml, vc pode repetir o rótulo 2 ou 3 vezes, em diferentes ocasiões, para filtrar as impressões anímicas. Tem dúvida sobre quais garrafas comprar, recorra aos bares especializados em whisky, físicos ou delivery, vale a pena o investimento, pois você poderá provar mais rótulos sem o investimento, muitas vezes alto, nas garrafas.
3. SEM GELO. Calma! Não vamos comprar briga com a turma do “meu whisky, minhas regras”, que diz que o whisky é seu, se você quiser bebê-lo num pinico, pode. Pode mesmo, cada um bebe como quiser e até achamos que nenhum adulto precisa de dicas para beber. Mas aqui estamos falando de degustar. Se você quer explorar sensorialmente o whisky, não convém usar gelo, pois o frio vai amortecer suas papilas gustativas, dificultando a percepção dos sabores. Se você mora em local de clima mais frio, pode até aquecer o copo ou taça entre as mãos, para aumentar um pouco a temperatura do líquido, liberando mais aromas.
4. COPO ADEQUADO. De novo, beber pode ser de qualquer jeito. Para degustar, é importante um copo adequado. O princípio básico é que seja bojudo, com a boca mais estreita, de modo a aumentar a superfície do líquido em contato com o ar dentro da taça, com a boca estreita para concentrar os aromas não permitindo que “fujam” da taça.
5. BIBLIOTECA SENSORIAL Ao ler ou assistir reviews, você perceberá que muitos termos são usados para descrever os aromas e sabores. A associação dessas percepções sensoriais com nomes é algo bastante subjetivo, dependendo daquilo com que uma pessoa está habituada em seu país, região ou até família. É importante buscar referências, passear em feiras e mercados cheirando e provando produtos como frutas, verduras e outros, para criar referências para os aromas e sabores que encontrará no whisky. As caixas de aromas para degustação, já bastante usuais no mundo do vinho, também podem ajudar nesse processo, apesar de os aromas ali encontrados nem sempre serem os mais fidedignos, e os preços não animarem muito.
6. O ÍNTIMO E O SOCIAL O whisky é uma bebida curiosa, pois tanto cabe bem em momentos íntimos e solitários, ou melhor, introspectivos, quanto em situações de convívio social. É interessante ter um momento de mais quietude para extrair impressões do whisky, mas é igualmente interessante trocar essas impressões com amigos entusiastas. Grupos virtuais ou presenciais fazem bem esse papel, permitindo troca de experiências, opiniões e até indicações.
Mas de tudo isso, o importante é aproveitar o caminho, provar tudo que puder, estudar, e saborear. Slàinte!
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