Pode-se dizer que hoje o whisky é uma bebida mundial. Não apenas por ser conhecido e consumido no mundo todo, mas também por que tem sido produzido em uma infinidade de países. Mudam as características em cada país e mesmo regiões, o que só faz enriquecer a variedade e diversidade dessa fantástica bebida.
Escócia: a Meca. Sem adentrar à disputa secular com a vizinha Irlanda sobre quem foi o pioneiro na produção de whisky, não há dúvida que, atualmente, a Escócia é a grande referência no assunto. Com grande número de destilarias produzindo seus incríveis single malts e com grandes produtores de blends, muitos dos quais de alta qualidade, a Escócia é visita obrigatória para qualquer entusiasta. Das notas defumadas de Islay aos sabores frutados das Highlands, da elegância de Speyside à personalidade de Campbelltown, sem esquecer das Lowlands e das várias ilhas que, legalmente, pertencem à região das Highlands, mas cada uma com sua marca própria, Orkney, Mull, Arran, Jura, Skye, Raasay, cada região escocesa oferece uma experiência distinta.
Estados Unidos: Bourbon e Rye Whiskey Nos Estados Unidos, “bourbon rules”. Com seus aromas de baunilha e carvalho provenientes do envelhecimento em barris novos de carvalho americano, devendo ter no mínimo 51% de milho na sua mash bill (mas normalmente é mais) ele é um patrimônio do país, no campo das bebidas. O rye whiskey, que deve ter no mínimo 51% de centeio na mistura de grãos do seu mosto, é mais “agressivo” no paladar, o que é dito como um elogio, também ganha especial destaque em coquetéis clássicos.
Irlanda: a fênix País que, como já dito, disputa com a Escócia a origem do whisky, experimentou ao longo dos séculos um esfriamento no mercado, com o fechamento de muitas destilarias. Porém, nas últimas décadas, tem havido uma retomada na produção, o que só traz alegria aos entusiastas da bebida, pois, quanto mais, melhor. Os whiskeys irlandeses são característicos por sua suavidade e elegância. Normalmente são triplamente destilados, o que resulta num new make spirit mais leve, puxando para as notas doces e frutadas. Seguindo a vizinha no quesito maturação em barris antes usados para outras bebidas, a Irlanda tem ganhado em diversidade e qualidade.
Japão: O whisky japonês ganhou vitrine nos últimos anos, principalmente após um Single Malt desse país, o Yamazaki Sherry Cask 2013, ter sido escolhido o melhor whisky do mundo na Bíblia do Whisky de Jim Murray, na edição 2015. A fama, e junto com ela, os preços cresceram assustadoramente. Algumas destilarias japonesas já produzem single malts há muitos anos. Em geral, seguem as diretrizes escocesas, mas até 2019 não havia uma legislação regulatória rígida, o que demandava mais confiança em cada produtor. A tendência é que nos próximos anos, haja um crescimento na qualidade de destilarias até então não tão renomadas.
Outras Regiões: Além desses países produtores famosos, o mundo do whisky tem-se ampliado. Países como Canadá, Índia, Taiwan, França, Gales e Brasil estão produzindo whisky com seus próprios conceitos, ampliando ainda mais o leque sensorial.
O mundo do whisky e sua diversidade nos permite viajar pelo planeta sem sair de casa. Apenas explorando aromas e sabores, conversando com o néctar servido na taça, descobrindo seus segredos, entendendo sua história, é possível entender por que era chamado de “água da vida” ou uisghe beatha.
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